terça-feira, 10 de março de 2015

Sobre a comunicação não verbal ou para-verbal - discurso genuíno



A comunicação eficaz, como já se sabe, está repleta de estratégias. O problema ocorre quando o uso dessas estratégias está muito afastado da percepção do próprio emissor da informação. As estratégias consideram a articulação correta entre a comunicação verbal e a não verbal.
Mesmo não sendo o foco principal dos meus estudos em nível de doutoramento, de forma alguma podemos descaracterizar a relevância dos elementos que compõe o discurso. Elementos tais que, em contrapartida, são subdimensionados pela maioria dos profissionais que utilizam da fala como principal ingrediente de sua atuação. Isto é para aqueles que copiam 'fórmulas mágicas' por aí afora.
Em se tratando de comunicação não verbal temos que ter claro que o discurso, bem além das palavras, tem que possuir estreita relação com circunstâncias reforçadoras da linguagem não verbal (na literatura da área em espanhol encontra-se o termo para-verbal*, algo que me agrada mais do ponto de vista conceitual). Neste conceito de para-verbalidade estão inseridos elementos como os gestos, expressões faciais, entonação da voz, intensidade da fala, modelos articulatórios, ritmo e harmonia no encadeamento de palavras.
O indivíduo que mais se preocupa com o que vai dizer na maior parte das vezes não concebe ou reflete sobre COMO vai se expressar. Conceito já vencido, correto? Mas o importante para isto é considerar o fato de que a fala mais genuína, amalgamada com o estilo de personalidade, traz consigo esses elementos da comunicação para-verbal como indicadores do estilo próprio ou único (agora sua atenção muda!). A falta de consciência sobre como esses elementos aparecem em seu discurso é que corresponde a uma total falta de controle sobre sua comunicação.

Para entender melhor: trata-se da bruxa má (no papel de madrasta) e a bela princesa que passa a desconfiar, num determinado momento – quando mais madura e mais atenta –, das boas intenções de sua preceptora. Para a ‘pobre’ princesa que de boba não tem nada, os elementos para-verbais atestam absoluta falta de genuinidade no discurso da rainha má ou da disponibilidade de auxílio da ‘velha amável’ – ou bruxa. Resvala sempre pela face da bela princesa um quê de dúvida quanto ao discurso que ouve. Porém, recursar-se a participar do processo de interação pressupõe muita falta de elegância social para uma menina de ‘boa formação’ como as princesas ou mocinhas dos contos de fadas.
Em analogia, o mesmo ocorre com o discurso do indivíduo que tenta convencer os outros pelas palavras, mas esquece que sua comunicação é um todo complexo. Demanda tempo conhecer como cada elemento que aqui citamos integra favoravelmente o discurso. Demanda também um processo de racionalização sobre como utilizar esses elementos de forma que o conjunto soe razoavelmente aceitável do ponto de vista de convencimento. E não estamos tratando aqui de programação neurolinguística – particularmente eu dispenso essa pseudociência. Estamos tratando seriamente da originalidade, da autenticidade. O convencimento ao qual me refiro é a organização do discurso como sendo um todo agradável e pertinente a um estilo. Convence porque é consistente, é muito próprio e coeso. É constante também – passamos a identificar uma pessoa portadora de um tipo muito particular de conversa que passa longe da ideia de ‘conversa fiada’ toda vez que abre a boca para falar.

Essa concepção de discurso é que tratamos aqui. Técnicas e estratégias de comunicação são processos que devem ser trabalhados em contexto clínico para agregar autenticidade à fala. Muitos profissionais almejam isto, mas acreditam, por puro desconhecimento, que utilizar a fala como meio de ganho de vida é simplesmente despejar um conjunto de informações numa verborreia sem fim. Aí começa o problema: você pode estar correto nas informações que tenta transmitir e também sobre o que elas representam para algumas decisões ou atividades com o grupo de pessoas com quem trabalha (qualquer que seja o setor onde atue), porém as pessoas não se convencem de que as informações são reais ou mesmo de o falante está consciente do que está afirmando: sua para-verbalidade resvala na ambiguidade entre o que diz e como diz. Isto, a título de exemplo, numa situação de sala de aula leva o docente a uma condição de pouco crédito. Se isto ocorre, dá para imaginar as consequência um tanto quanto negativas desta falha comunicativa na relação professor-aluno ou mais além, na de ensino-aprendizagem ...

*Para-verbal: paralelo ao verbal - significa encontro próximo ou andar lado a lado, isto distancia da ideia de negação do verbo como aparente o termo em língua portuguesa (não-verbal: a negação, neste caso, sempre dá ideia de extração ou ausência). O termo para-verbal, na minha opinião, traz o conceito mais apropriado porque acrescenta ou soma, não decresce ou tira absolutamente nada. 

terça-feira, 3 de março de 2015

Sobre oratória, liderança, motivação e cenário comunicativo.

Um estilo de personalidade descreve não somente características pessoais como também a maneira como um indivíduo se relaciona e se comporta do ponto de vista comunicativo. Mas esse estilo não determina uma rigidez de ação comunicativa uma vez que o outro interlocutor – dadas suas próprias referências pessoais e sociais –, interfere na maneira como alguém pretende expressar suas ideias.
Obviamente, em razão desse pressuposto, a maturidade perceptiva é muito importante para quem utiliza a comunicação como meio de atuação profissional, como no caso do professor. Assim, a estratégia expositiva deve ser decorrente não somente de transferência de informações, mas também de uma possibilidade de interação humana. Não se pode imaginar que a aula seja uma série de mensagens consecutivas com conceitos ali embutidos. Isto é relevante apenas para o caráter informacional (e não deve ser confundido com instrução). Durante uma exposição imagina-se que o profissional deverá possuir um comportamento comunicativo que provoque ações comunicativas nos sujeitos, confirmando o recebimento do contexto interativo. Isso, na maior parte das vezes, se dá quando o silêncio do estudante permite a reflexão no entorno do que está sendo objetivamente colocado neste processo comunicativo.
A percepção do professor em relação ao silêncio do estudante é que deve ser rebuscada, pois o silêncio não pode ser um processo de passividade comunicativa, mas de muita ação interlocutória: visão atenta, procedimentos reflexivos expressos na face, atitude proativa (que pode transformar o silêncio em uma intervenção oral por parte do aluno, se estimulada pelo professor) e uma série de elementos gestuais e corporais que demandam exclusão do cansaço auditivo.
Uma sala de aula pouco entrosada – alunos em estado de conflito entre si – reportam ao professor uma situação comunicativa ambígua, que fica impossível de gerenciar. A comunicação, em ambientes conflituosos, normalmente é do tipo confrontativa, de modo que cada espaço comunicativo está baseado em estratégia competitiva, delimitando terrenos, desintegrando correspondências.
Isso, descrito para ambiente de sala de aula, também ocorre em ambientes corporativos até mesmo em maior intensidade. A habilidade comunicativa, portanto, vai além de compor discursos informativos. E qualquer inabilidade em falar nos locais competitivos é identificada rapidamente pelos interlocutores, de tal forma que a liderança fica extremamente prejudicada. Isso se dá muito mais em razão do insucesso em estabelecer relações interpessoais mais densas do que manter-se parcamente disponível apenas ao registro e exposição de mensagens informativas.
Lidar com esses percalços é o que potencializa o arsenal comunicativo de um sujeito, pois sua habilidade está em utilizar seu estilo pessoal e único para antecipar as situações conflituosas e deixar de lado a própria rigidez, adaptando sua estratégia comunicativa aos estilos mais próximos da realidade em que a comunicação acontece. Todo ambiente é comunicativo e possui um cenário próprio. É necessário identificar esse ambiente, caracterizá-lo e se colocar nele para projetar suas ideias de modo a serem percebidas pelos demais, apesar das resistências contidas naqueles que participam do ambiente e são convidados a participar do contexto comunicativo.

Todo ambiente comunicativo é um ambiente de complementaridade. Sem entender isso um orador – professor, líder – perde a possibilidade de simetria. Essa simetria corresponde a condições de relacionamento em que alguém, em definitivo assume o papel de comportamento dominante, graças ao seu perfil de personalidade adaptável às circunstâncias menos promissoras. É neste exato momento que estamos começando a delinear o sujeito caracterizado como motivador.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

A comunicação que nos enlouquece - percebendo a incompreensão.



Não é incomum que cheguemos à conclusão de que não estamos sendo compreendidos em algum momento de nossas várias interlocuções. Nosso pecado mortal ocorre justamente quando, em nome da tranquilidade, fingimos não perceber a confusão do outro, ou o que é pior: fingimos não perceber as nossas impropriedades discursivas (que não alcançam o outro, ouvinte).

O efeito aqui retratado, de incompreensão, tem muito pouco ou quase nada a ver com a questão da falta de acuidade auditiva do receptor. De fato, o que ocorre, na maior parte das vezes é que nosso interlocutor tende a dar maior atenção auditiva exatamente às palavras que fazem melhor sentido a ele. A ênfase colocada pelo emissor da ideia, se não estiver finamente sintonizada com o objetivo do discurso, não refletirá na atenção mais precisa do ouvinte. Atenção esta que deve recair sobre as palavras que tornam, em conjunto, uma informação propícia de ser melhor compreendida.

Quando os estilos de comunicação entre emissor e receptor são divergentes, a razão deve ser o elemento mais importante da estruturação do discurso a fim de que haja melhor probabilidade de interpretação correta. Mas esse é um artifício difícil de ser dominado, pois somos constantemente alvejados por emoções.

Sentimentos são variáveis valiosas no processo de comunicação e que podem definir o rumo de uma emissão de discurso bem como de engavetar a possibilidade de recepção da informação. Sentimentos são norteadores do processo comunicativo, pois nem sempre se dá o uso da palavra apenas por questões racionais. Explico: antes da necessidade de transmissão de ideia há o impulso emotivo que torna interessante o espírito de troca de informações. Emoções estas que não estão alijadas do processo interno de elaboração do discurso e muito menos se distanciam do tom do voz que contorna as palavras emitidas.

Considerados por muitos docentes como elementos periféricos da comunicação - a voz, a emoção, os sentimentos pessoais - ficam subjacentes ao contexto de estratégia comunicativa nos planos educacionais do ensino formal, onde se aposta em definitivo na estruturação do discurso: formação de repertório linguístico (semântica), regras gramaticais (sintaxe) e conteúdo da informação (coesão e coerência).

Não descarto a importância desses elementos, mas convoco o leitor a imaginar que hoje, de posse dessas mesmas estruturas um software de produção e edição de texto é capaz de construir frases e transmitir informações de formas mais rebuscadas, elegantes e eficazes do um ser humano, cujo repertório gramatical e linguístico não é tão vasto em sua memória. Sim, estou comparando o ensino da linguagem como sendo semelhante ao que se pode fazer com uma máquina. E isso desqualifica a importância de outros elementos psicossociais que perpassam pelo sistema comunicativo humano, largamente ignorado nas estantes do saber formal da educação. Um comportamento tão distanciado do real humano para o ensino da linguagem implica em cada vez mais formatar as pessoas a reproduzirem fórmulas discursivas. Produzem pobreza linguística em seres desprovidos de autenticidade, distanciando os indivíduos do interesse pelo uso da palavra e da apropriação da linguagem como recurso de transmissão de suas concepções mais internas em sua mente e mundo de sensações. Isso corresponde ao motivo do silêncio diante da percepção de ter sido incompreendido: não há como decompor essa impressão quando os recursos para tanto ainda sequer foram desenvolvidos pelo sujeito nessas condições de desproviento. As pessoas passam a vida morrendo na incompreensão e enlouquecidas por essa sensação de impotência diante de sua identidade desconhecida.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

O prazer de comunicar como definição de humano.

Intrigante como a tendência humana para a comunicação faz com que os seres dessa espécie se integrem em comunidades diversas com a simples finalidade de trocar ideias através de palavras. Poucos aderem ao silêncio da leitura como saciedade, assim como outros poucos buscam no silêncio da fala meio de transmitir seus pensamentos.


A sociedade moderna transborda em aspectos comunicativos: redes e redes virtuais promovem mecanismos de saciedade para esse processo de 'parlatório' tão caracteristicamente humano. Uma necessidade quase libidinosa que não tem freios diante da possibilidade de fácil exposição. Fala-se o que quer, quando quer, onde quer, da forma que quiser ... desenfreadamente nas redes sociais globalizadas.




Ainda que o humor permeie grande parte das comunicações neste sistema moderno, tente encontrar entre seus conhecidos ou 'amigos' - como são chamados aqueles que pertencem à sua rede de relacionamentos - um que seja autêntico, que tenha um estilo próprio, único e incomparável. Redes sociais é o sistema mais compartilhável do novo mundo e que confere menos genuinidade às pessoas. Seres humanos que se apoderam desse sistema como se fosse uma forma de conquistar o poder e ali não se detém frente ao clique de transferência. Sim, não se trata mais de informar e sim de transferir. E isto muda por completo o conceito de transmissão de ideias e a pretensa necessidade de saciar a secura que se acumula diante de tanta oferta - sem filtros - de possibilidades de transferências.

Dentre os estilos de comunicação que estudei, um deles, o Retraído seria aquele que menos se apropria da fala para trabalhar seus relacionamentos. Diante do perfil de temperamento mais Introvertido, este não se sente enclausurado em dificuldades, mas tende, por princípio, a atender saciedades internas antes de expor suas ideias. Trata-se de uma pessoa que se ampara também numa performance Reflexiva - outro perfil de personalidade - e, muitas das vezes, quando se expõe, o faz de forma mais Ponderada (estilo de comunicação relacionado ao perfil reflexivo).



Por muitos anos, o perfil Introvertido, se viu diante da letra escarlate nos meios corporativos, uma vez que esse identitário era considerado o menos capacitado para a habilidade de relacionamento interpessoal. Não foi a essa conclusão que chegamos quando descrevemos em meu doutorado os estilos de comunicar. O estilo retraído de comunicação é justamente aquele cuja saciedade de interagir se dá, prioritariamente consigo mesmo antes de ocorrer em sociedade. Contudo, isto não implica que, diante de oferta de transferências das redes sociais virtuais, ele se coloque mudo ou reticente. Por vezes, nas comunidades em que pertence, ele pode até mesmo se tornar agressivo em suas transmissões, expondo de forma mais intensa aquilo que pensa ou copia de outras pessoas, oculto pelo pseudo-anonimato da tela de computador. E, novamente, este não é um dado negativo do ponto de vista da comunicação.

Ao contrário do que muitos pensavam, o sujeito com esse perfil demonstra possuir necessidades comunicativas como qualquer outro. Dadas as suas características de personalidade, o Retraído, se ocupa do processo de forma mais ocluída, mas não é avesso - guardadas as devidas proporções do caso a caso - à comunicação como uma tendência. Tais evidências se deram até a conclusão de nossos estudos em 2013 de modo que podemos compreender que a dedicação desses indivíduos ao silêncio como sua prioridade não pode ser mais considerada como única e verdadeira.


sábado, 14 de fevereiro de 2015

Estilos de Comunicar diante da instrução - nova abordagem para a relação professor-aluno

A Relação professor-aluno é parte integrante e fundamental do processo educativo. Enquanto os pesquisadores examinam as percepções de professores dessas relações, pouco se sabe sobre as atitudes dos alunos. Além disso, a pesquisa de comunicação instrucional mais recente abordou muito pouco sobre séries do ensino fundamental e médio. Normalmente os estudos estão mais focados em ensino superior referente a uma questão de formação profissional. Num inquérito realizado por West em 1994 – 20 anos atrás! - administrado a 158 alunos de ensino fundamental e médio, foi solicitado que estes identificassem as suas experiências interpessoais mais positivas e negativas com os professores. Tais vivências foram transcritas e categorizadas. Como resultado aquela pesquisa definiu três categorias numa dimensão Positiva (professor que ajuda, professor que reconhece, e postura de prazer pela atividade de ensinar) e cinco categorias de dimensão Negativa (constrangimento, rigidez disciplinar injustificável, uso de agressão desnecessária, inadequação de expressão de afeto, expectativas irreais). Das experiências comunicativas que emergiram da análise pode-se perceber, na minha concepção, o mau uso de palavras, expressões e possivelmente de estilos de comunicar. Há mais de 20 anos essa pesquisa foi realizada e pouco se avançou neste assunto.
Em outra pesquisa, conduzida por Frymier e Houser em 2000 (15 anos atrás!) as habilidades de comunicação foram examinadas na relação professor-aluno. Neste estudo descobriu-se que os estudantes relataram habilidade referencial (manutenção do foco de conversa), apoio ao ego (que compreendo como a identidade do aluno), e gerenciamento de conflitos como sendo mais importante para um ensino eficaz. Ademais, os pesquisadores definiram que habilidade referencial, apoio ao ego, e certa dose de imediatismo para gerenciar conflitos possuem uma forte relação com a aprendizagem dos alunos e motivação dos mesmos. Assim, fica claro que a comunicação é uma atitude produtiva no relacionamento entre o docente e seus educandos. É, de fato um agir comunicativo que resulta em relacionamento interpessoal positivo, desde que os interlocutores e, em especial o professor – claro, por ser o adulto da conversa – ter claro que suas expressões são definidas pela sua personalidade e, portanto, necessita de identificação consciente. Sem isso o uso da palavra pode ser negativo.
A percepção dos alunos sobre a personalidade do professor e a consequente avaliação da instrução já foram também estudadas e estão fortemente relacionadas. Muito embora, nos estudos de Clayson (2006) o pesquisador identificou que os alunos pareciam usar de uma medida contaminada para estabelecer personalidade de seus mestres, bem como de estabelecerem a relação desta com as avaliações da instrução. Segundo o autor, as implicações são muitas e isso nos faz refletir sobre a pobreza de repertório humano para construir classificações mais precisas sobre o si mesmo e outras pessoas. 
Claro que uma aula expositiva recebe influência do estilo de comunicar do professor está vinculado  – já demonstramos em outro artigo* - com a personalidade deste. Contudo, o que chama mais a atenção é o fato de que o aluno, por ser objeto de avaliação do professor, também não se dedica em estabelecer uma noção mais clara do mestre como interlocutor. Também já vimos em postagem anterior* que não há clareza na identificação dos tipos de personalidade quando o interesse em si mesmo é ausente na modernidade líquida. Cabe aqui, portanto a reflexão de que ensinar vai além de gostar ou desejar, perpassa também pelo processo de autoconhecimento que, se o professor tiver habilidade para se autoconceituar, provavelmente fornecerá modelo de como exercitar essa atividade e converter isso em habilidade em seus educandos. Necessário, para tanto, dedicar-se a si mesmo e no aprimoramento de suas expressões verbais mais coerentes com seu perfil de personalidade. Parece, conforme a ilustração, um ciclo vicioso que se retroalimenta.

autor: Profª Drª Maria Angela Lourençoni
*clicar na palavra para seguir link

Referências: 
Clayson, D. E. (2006) Personality and the Student Evaluation of Teaching. Journal of Marketing Education August.  Vol. 28 nº. 2, p. 149-160Frymier, A. B. & Houser, M. L. (2000) The teacher‐student relationship as an interpersonal relationship. Communication Education. Vol. 49, Nº. 3
West, Richard (1994) Teacher‐student communication: A descriptive typology of students’ interpersonal experiences with teachers. Communication Reports. Vol. 7, Nº. 2


quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Conversas em família e a apropriação de discurso próprio como saúde mental

Trago para você a reflexão sobre a qualidade de comunicação em situações de relação interpessoal nos momentos de convivência familiar – se é que isso ainda existe na sua realidade. De qualquer forma é importante que saiba que o encontro da família em torno de uma atividade conjunta como compartilhamento da refeição pode ser altamente positivo para a dimensão de qualidade de vida porque perpassa por conversas que podem ser classificadas como intimistas quando se reúne familiares à mesa.

Tal situação é extremamente importante para a saúde mental reforçando nas pessoas o que chamamos de instrumentos de socialização: capacidade de externar ideias, problemas e situações, bem como manter um diálogo sobre o assunto, para viabilizar a internalização das experiências vividas. Além disso, a comunicação em família resguarda nos indivíduos a possibilidade de facilitar comportamentos sociais e aumentar a satisfação de vida.
Com o propósito de investigar a associação entre a frequência de jantares de família e dimensões positivas e negativas de saúde mental em adolescentes, Elgar e seus colaboradores, em 2012 obtiveram dados durante jantares em família para determinar se essa associação. Tal hipótese teve que ser explicada pela qualidade da comunicação entre adolescentes e pais nesses processos de interação em momentos do que se pode chamar de convivência social em família.
Os estudiosos selecionaram uma amostra de 26.069 adolescentes (com idade entre 11 a 15 anos) para participarem em 2010 do estudo Canadense de Saúde e Comportamento de Crianças em idade escolar. Como método de condução da pesquisa, foi solicitado que os adolescentes dessem dados de em forma de autorrelato sobre a frequência semanal de jantares de família, a facilidade que sentiam sobre a comunicação entre seus pais e os jovens participantes. Os dados foram analisados a partir de cinco dimensões da saúde mental (internalização e externalização de problemas, bem-estar emocional, comportamento pró-social, e satisfação com a vida). Análises estatísticas de testes de acerca das dimensões de saúde mental com autorrelatos promoveram relações entre jantares de família (comunicação entre pais e adolescentes) e saúde mental.
Perante os resultados obtidos, os pesquisadores concluíram que a frequência de jantares de família está negativamente relacionada com internalização e externalização de sintomas e positivamente relacionada ao bem-estar emocional, comportamento pró-social, e satisfação com a vida. Estas associações sofrem interferências com as diferenças de gênero, nível de ensino, ou status socioeconômico da família. No entanto, as análises de posição hierárquica apontam que estas associações foram parcialmente mediadas por diferenças na comunicação entre pais e adolescentes, que explicaram de 13% a 30 % do efeito de jantares de família sobre a saúde mental. Dessa forma foi possível concluir que os resultados, embora estabelecidos por correlações, revelaram uma resposta considerável sobre relação entre a frequência de jantares de família e dimensões positivas e negativas de saúde mental de adolescentes.

Tais resultados foram determinados sobre as análises de relatos de facilidade de comunicação entre adolescentes e seus pais. Nota-se, portanto, que a questão hierárquica e a dimensão negativa entre processos de internalização e externalização nas comunicações familiares são, seguramente, oriundas de barreiras, tabus e dificuldades em relatos de experiências vividas que perpassam, muitas das vezes, por julgamentos de pais acerca das vivências sociais de seus filhos. Tomando como base a sociedade tecnológica e mediatizada por sistemas de comunicação virtual, a questão é: como o indivíduo pode criar desenvoltura comunicativa e um estilo próprio de comunicar se as relações parentais, tão importantes no processo de socialização, surtem efeitos bloqueadores de saúde mental por sobreposição de hierarquia e, acima de tudo, dado o uso excessivo de aparelhos conectados a mídias sociais virtuais, a quase ausente regularidade de companheirismo (leia-se convivência) nas refeições em família?

Referências:
Elgar, Frank J. et al. Family Dinners, Communication, and Mental Health in Canadian 
Adolescents. Journal of Adolescent Health, Volume 52, Issue 4, 433 - 438



segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Os caminhos das palavras e a racionalidade do estilo de comunicar

Já abordamos aqui o que os estilos de comunicação têm de relevante para conferir autenticidade ao seu discurso. Contudo, sem uma devida pausa reflexiva sobre esse tema, pode-se compreender erroneamente que as palavras do discurso são complementos periféricos na interlocução.
As pausas que são tão pertinentes à comunicação escrita formal nem sempre são respeitadas no discurso oral onde, via de regra, as pessoas tendem a considerar que a fala depende exclusivamente de abrir a boca e emendar uma ideia a outra. Falar é simples, o que faz as pessoas confundirem com sinônimo de ausência de complexidade na estruturação e concatenação de sentidos e significados. Isto atende à ideia de que para falar basta abrir a boca e corresponde a um engano gigantesco.
O comportamento comunicativo irrefletido é sinônimo de imaturidade de interlocução. Para todo discurso há que se pensar em que palavras se deve utilizar. Há que se refletir sobre como as palavras escolhidas combinam com sua personalidade, para não soar falso aos ouvidos alheios. Incorporar a atitude reflexiva no discurso oral é um elemento vital da autenticidade sobre a qual já comentamos anteriormente.
O erro mais frequente na oralidade é justamente utilizar fórmulas prontas que distanciam o orador de sua própria personalidade, criando um estilo artificial que, por muitas vezes, cairá em contradição em outros preciosos momentos de relacionamento interpessoal. Quando algo não soa bem aos seus ouvidos, mesmo que você concorde com o teor do que está sendo dito, a percepção está menos vinculada à intuição e muito mais à racionalidade. Entenda: quando algo lhe soa estranho no discurso de alguém, provavelmente seu cérebro está desperto para identificar que as palavras do discurso e o estilo da personalidade do orador estão dissonantes. É racional essa identificação e não intuitiva como muitos acreditam.
Não seja tendencioso(a) quando o assunto é comunicação. Isto é, não se deixe iludir pela ideia de que você foi capaz de intuir que a pessoa era falsa. Seu sistema nervoso foi capaz de identificar a inconsistência entre o discurso proferido e a ação comunicativa presa ao tipo de personalidade. Quando as duas coisas não se afinam, você detecta a falta de genuinidade. Simples assim.
Portanto, recuperemos as pausas. Desferir palavras, jorrar discursos decorados de fórmulas de gurus é inconcebível para um profissional que pretende ser reconhecido pelo caráter de sua autenticidade discursiva. Isto, por outro lado, não significa assumir o papel de extremamente sincero em que as pessoas, para se assumirem como autênticas, golpeiam com palavras. O extremamente sincero, por vezes, quer ferir ou chocar através de palavras bem escolhidas para tal. Um dos lugares comuns em que a linguagem escrita assume esse papel é nas redes sociais, onde as pessoas perdem a clareza entre a autenticidade e a discursividade agressiva. Neste contexto, as palavras são sim escolhidas para ferir, diferentemente de falar ingenuamente, sem critério. Neste último, quem fere, simplesmente não pensa para falar; é tão emocional que põe sentimentos nas palavras sem desconfiar de que está sendo inadequado.
Enfim, pondere sobre seu comportamento comunicativo antes de criar uma imagem incongruente ou mesmo de assumir posturas confusas sobre o caráter genuíno das comunicações humanas. A dica é aprimorar toda a sua rede de perceptual e acrescentar racionalidade às informações que pretende comunicar.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

FALA AUTÊNTICA é sua especialidade?

Drª Maria Angela Lourençoni, Comunicação Interpessoal.

Para quem não conhece, sugiro uma leitura adicional dentro dos moldes da Psicologia Fenomenológica, O Resgate da Fala Autêntica de Mauro Amatuzzi. Assim fica mais fácil compreender o que vem a ser uma comunicação autêntica sem perder de vista o filosófico e o antropológico da questão que abordamos aqui hoje.

Ninguém pode ser mais disparatado na organização de sua fala do que você mesmo. Felizmente, para isso, basta um processo de autoconhecimento e o ideal da genuinidade estará diante de si mesmo para uso intensivo. Quanto mais você corrobora relações líquidas, em tempos de conexões líquidas e voláteis da contemporaneidade, mais se distancia de seu próprio eixo comunicativo. Não desabe sobre suas características pessoais os rótulos de classificação aleatórias do modelo certo e errado para o ambiente onde atua profissionalmente ou mesmo nas suas relações sociais de amizade e afetivas.

Drª Maria Angela Lourençoni, Inventário de Estilos de Comunicação

A Modernidade Líquida – cabe também a dica de leitura de Zigmund Bauman – não lhe permite o grau correto de autenticidade e, ao mesmo tempo o contempla com um conjunto quase infinito de receitas corretas sobre como deve ser, falar e se comportar para ser bem aceito. Com isso, a sua suposta autenticidade segue o rumo do embotamento.

A questão primordial é: como você se comporta numa conversa consigo mesmo? Você deve ser capaz de identificar se sua ação comunicativa resvala nos limites de sua autenticidade ou se até mesmo seus devaneios perpassam pela contemporaneidade líquida. 
Você deve servir de testemunha para si mesmo. Isso é uma prerrogativa, a razão de si.

O artigo teve início com um questionamento sobre sua autenticidade de fala, mas até o presente momento apresentamos um argumento sobre seu distanciamento da genuinidade de sua comunicação, citando seu distanciamento de seu Ser fenomenológico. Nisto se resume sua incongruência: falta de percepção ou de compreensão do que ocorre consigo mesmo, que o leva à falta de aceitação de suas próprias características (caso saiba descrevê-las: em meu percurso docente encontrei uma infinidade de alunos de diversas faixas etárias com dificuldades em falar sobre si ou de descrever a si mesmo por nunca ter refletido sobre essa questão).

As pessoas que não reconhecem seus próprios identificadores de personalidade têm dificuldade em assumir uma postura minimamente natural e faz uso consciente dessas posturas socialmente. O desejo de agradar assumindo atitudes orientadas por outros acaba por tornar o indivíduo estranho a si mesmo. Agradar aos outros sem aceitar a si mesmo é uma prerrogativa da perpetuação da falta de autoconfiança. A fala, a atitude comunicativa é o registro da Vida Instantânea, com relações sedutoras e sem lugar para o encontro interno.


Termo comum da literatura fenomenológica, a Poiesis, pode retratar uma Linguagem mais prática, traduzindo o agir do verbo, da palavra, compondo o discurso também em forma de comportamento. Um comportamento expressivo que perpassa pela razão de si.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Comunicação sem estilo e ilusionismos dos pseudos eloquentes.

Notoriedade na ciência das relações humanas é que um exímio comunicador tende a ser o profeta do próprio futuro de sucesso. Ninguém discorda dessa quase fosforescente picardia dos resolutos senhores e doutos da palavra. Os simples mortais se detém massificados pelos mega usuários da oratória e se contentam em posicionarem-se na condição de ouvintes.
Já tratamos aqui do desrespeito para com a ciência da comunicação, em especial aquela que trata da produção de fala e de escrita, como a Fonoaudiologia. Já explicitamos que o saber acerca de Estilos de Comunicação está nos limiares da falta de racionalidade científica e se apoia em situações vivenciais de alguns pseudo-conhecedores de comunicação.
Falar não é uma arte em si mesma. Escrever, idem. Mas os alheios aos processos de comunicação como mecanismo racional, lógico, cognitivo e existencial, se baseiam em ralas e parcas ideias de funcionamento de ambiente organizacional para expressarem seus conteúdos insólitos acerca do tema. Esquecem o básico ou fundamental: as relações humanas em ambientes corporativos não raramente estão vinculadas aos interesses de carreiristas. Estas relações são cada vez mais empobrecidas em função das falsas informações emocionais onde as palavras são componentes de discursos esvaziados de sentimentos, mas por outro lado, repletos de sensacionalismos.
O importante nos ambientes corporativos é convencer o interlocutor com os sinais e acenos positivos que repercutem nada mais, nada menos, em frases de efeito com um conjunto de elementos que expressam meias verdades. O uso da palavra é um procedimento de ilusionistas neste caso.
Enquanto que percorri a estrada da particularidade da comunicação humana em seus estilos que levam em consideração as personalidades de cada um, outros tantos percorrem as pistas de corridas que apenas resultam em autopromoção.
A comunicação humana e os relacionamentos interpessoais não podem ser descritos em livros de autoajuda com receitas bem elaboradas de persuasão e influência sobre outros. Isto corre na contramão do percurso da evolução não só da ciência, assunto sobre o qual já estamos habituados a debater, mas também do aprimoramento da ação de comunicar. A busca pelos resultados hedonistas destitui o encontro com a essência do processo de autoconhecimento para o agir comunicativo. Fato é que ninguém mais quer diagnosticar e dominar seu próprio estilo e, portanto, de aprimorá-lo. As pessoas estão mais preocupadas em reproduzir receitas de sucesso, ignorando a si próprias ou suas qualidades já adquiridas. Não entendem que sua fala ou sua escrita é resultado de sua forma de ser e de pensar, de existir no mundo e recorrem a fórmulas mágicas descritas por gurus de expertise e sem reflexão científica. Isso tende a deflagrar cada vez mais o processo de comunicação líquida, como base de ideologias líquidas, vidas líquidas e amores líquidos que tão bem traduzem a sociedade atual.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Comunicação - cada um tem seu próprio estilo. Qual o seu?

Modelo Descritivo da Permeabilidade dos tipos de Temperamentos nosEstilos de Comunicação. Fonte: Lourençoni, Maria Angela Construção e Validação da Escala de Estilos deComunicação / Maria Angela Lourençoni – Campinas: PUCCampinas, 2013, 205p.

Na minha compreensão que se baseia nos estudos que realizei é possível admitir que seu tipo de personalidade transparece no estilo da sua comunicação. Tratando dessa forma parece muito óbvio, mas o importante é que consegui comprovar cientificamente essa ideia  no meu Doutorado. Agora afirmo com toda clareza que estilos de comunicação existem e estão devidamente classificados a partir de estilos de personalidade.
Outros estudos virão, no momento o meu se baseia no trabalho de Thomas Oakland que coletou colaboradores no mundo todo, incluindo a mim e o LAMP da PUC-CAMPINAS para comprovar o multiculturalismo presente nos estilos  de personalidade por ele descrito.
Para Oakland os estilos de personalidade, assentados numa origem biológica (revisitemos Skinner, portanto), são definidos por polaridades: Prático – Imaginativo, Extrovertido – Introvertido, Pensamento – Sentimento, Organizado – Flexível (Tipos de Temperamentos da escala Adult Styles Questionnaire) que considera o trabalho dos Tipos Psicológicos de Jung na proposta.
A premissa de Oakland et al. (1996) sobre os temperamentos é que eles são resultado da interação entre as qualidades herdadas biologicamente com as qualidades do ambiente em que a pessoa vive, assim como com suas escolhas individuais. Averiguar se os atos de fala das pessoas também mantém suas características originais, mesmo adaptando o estilo de comunicar ao ambiente ou contexto social, é uma hipótese para novas pesquisas.
Comportamentos comunicativos identificam estilos de se portar no processo dialógico onde transparecem os diferentes tipos de personalidade.  Assim sendo, de acordo com o mesmo princípio de herança biológica, estabeleci estudos que, a partir de uma escala aplicada no Brasil, obtivemos como resultado descritores de Estilos de Comunicação nomeados como: Meticuloso / Ponderado, Expressivo / Simpático, Argumentador / Pragmático e Retraído / Confiável. Assim, os Estilos de Comunicação são uma expressão de tipos temperamentos. 
Nesses estilos de comunicação acima descritos, temos personalidade do tipo Introvetido presente em mais de um indicador, como por exemplo, nos estilos Ponderado e  Retraído, podendo aparecer também,, num aspecto mais amplo do domínio, no sujeito Meticuloso. Trata-se de um comportamento comunicativo difícil de ser apresentado numa personalidade mais Extrovertida. Assim como o indivíduo definido por um tipo de temperamento mais pautado em Sentimento tende a agir comunicativamente de forma mais Simpática ou Argumentativa. Porém se combinada com uma tendência ao tipo Organizado,  seu discurso se tornará mais Pragmático. Tais combinações demonstram que o indivíduo que passa pelo IEC - Inventário de Estilos de Comunicação - por mim desenvolvido - pode apresentar mais de uma resposta estilística diante de diferentes situações de relacionamento interpessoal. Mas acima de tudo, destrói o conceito de que o Introvertido terá sempre o lugar de reclusão ou afastamento/isolamento nos processos de comunicação (tema interessante para próxima postagem).
Em Estilos de Comunicação tudo decorre da extensão das polaridades em que a pessoa se permite distender na relação dicotômica de sua personalidade. Isso implica em estudo do comportamento comunicativo. Utilizar racionalmente e rigidamente o diagrama acima pode confundir mais do que elucidar o seu Agir Comunicativo. é necessário o trabalho de um especialista no assunto para poder atribuir um conhecimento mais aprofundado de seu comportamento comunicativo, revelado em Estilos de Comunicar. Portanto, cuidado com as fórmula prontas divulgadas na web sobre seu tipo de comunicar.

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Referências
Oakland, T. (2011) Considerando qualidades de temperamento no ensino de crianças e jovens talentosos. Em: Wechsler, S. M. & Souza, V. L. T. Criatividade e Aprendizagem: Caminhos e descobertas em perspectivas internacionais. São Paulo: Edições Loyola.
Oakland, T.; Lee, D. H. & Ahn, C. (2010) Temperament Styles of Children in South Korea and the United States. School Psychology International; Vol. 31(1): 77–94
Oakland, T.; Pretorius, J. D. & Lee, D. H. (2008) Temperament Styles of Children from South Africa and the United States. School Psychology International. Vol. 29(5): 627–639
Oakland, T.; Alghorani, M. A. & Lee, D. H. (2007) Temperament-Based Learning Styles of Palestinian and US Children. School Psychology International, Vol. 28(1): 110–128
Oakland, T.; Mpofu, E. & Sulkowski, M. (2006) Temperament Styles of Zimbabwe and U.S. Children. Canadian Journal of School Psychology. Volume 21; N. 1/2, December, pp. 139-153
Oakland, T. Oakland, T. & Joyce, D. (2004) Temperament-based Learning Styles and School-based Applications. Canadian Journal of School Psychology, vol. 19, n 1 / 2, p. 59-74
Oakland, T.; Stafford, M. E., Horton, C. B. & Glutting, J. J. (2001) Temperament and Vocational Preferences: Age, Gender, and Racial-Ethnic Comparisons Using the Student Styles Questionnaire. Journal of Career Assessment. Vol. 9, n. 03; p. 297 – 314.
Oakland, T., Joyce, D.; Horton, C. & Glutting, J. (2000) Temperament-Based Learning Styles of Identified Gifted and Nongifted Students. Gifted Child Quarterly. Vol 44, n. 03, p. 183 – 189.
Oakland, T.; Glutting, J. & Horton, C., (1997). Students styles questionnaire classroom application booklet.  San Antonio, TX, The Psychological Corporation

Oakland, T.; Glutting, J. & Horton, C.  (1996) Student Stgles Questionnaire: Star Qualities in Learning, Relating, and Working: Manual. San Antonio, TX: The Psychological Corporation.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

LOGOS THERAPEUTICA: Comunicação sem divagações: Logos Therapeutica & E...

LOGOS THERAPEUTICA: Comunicação sem divagações: Logos Therapeutica & E...: O propósito deste blog, deste artigo e desta profissional é desmistificar todos os disparates já envergados sobre estilos de comunicação q...

Comunicação sem divagações: Logos Therapeutica & Estilos de Comunicação

O propósito deste blog, deste artigo e desta profissional é desmistificar todos os disparates já envergados sobre estilos de comunicação que não estão apoiados em uma teoria séria e bem fundamentada sobre o assunto. A escolha do nome do blog como Logos  Therapêutica  é uma ação desta profissional que está consciente sobre a necessidade de prestar esclarecimento correto à sociedade que está consumindo informações equivocadas sobre comunicação.
 Comunicação se tornou um bem de consumo extremamente importante em especial na área organizacional por se tratar de uma habilidade exigida como pressuposto de competência nos relacionamentos interpessoais. Isto tudo já foi abordado por várias ciências, de forma a demonstrar a necessidade e a importância da habilidade comunicativa.  Em contrapartida, teóricos ilusionistas  se apropriaram de um conceito desenvolvido pelo saber científico em diversas áreas do  conhecimento  e destilaram  web afora informações descabidas sobre estilos de comunicação. Somos todos afetados pela impropriedade de informações divulgadas por pessoas pouco afeiçoadas ao saber técnico científico. Um fonoaudiólogo não pode ficar estacionado diante dos disparates publicados em mídias eletrônicas sobre a comunicação sem se posicionar diante disso. Portanto abro espaço para falar com propriedade e pertinência sobre o tema estilos de comunicação.
Ninguém sabe com muita clareza o real trabalho de um profissional da Fonoaudiologia. Por muitas vezes esse profissional, pelo senso comum, é caracterizado como um clínico que realiza trabalhos de correções  e adaptações dos processos comunicativos (muitas vezes compreendido como problemático, distorcido, incorreto, anormal  e outros da mesma categoria).  A bem da verdade é que profissionais da área da reintegração, como é o caso do fonoaudiólogo, está sempre vinculado alguma ideia descompensações físicas ou cognitivas que pressupõem impedimentos ao processo comunicativo considerado normal. Pelo mundo afora o profissional dessas atribuições é o logopedista, ou seja, pertence à ciência Logopedia.  O termo logos está vinculado ao conceito de palavra escrita ou falada, algo semelhante ao verbo.  A terapêutica  é um termo que atende ao nome da estética. Logos Therapêutica - nome do blog -  são dois termos de raiz grega reunidos um conceito de estética da fala e também da palavra,  por que pode ser utilizada de forma escrita ou oral. Traria uma ideia, portanto,  de comunicação com estética adequada.  Esse é um assunto que pode derivar outro artigo.
 A parte mais importante do que tratamos hoje é o fato de que a comunicação humana nem sempre ser caracterizada como um processo eficiente. As falhas no processo de comunicação humana podem estar vinculadas a sistemas emocionais que deflagram outros novos tantos problemas. Estes processos emocionais são poucos estudados  em esferas acadêmicas.
Apesar disso, já está sendo incorporado de forma bem razoável um conceito de estilos de comunicação. No Brasil estudos sobre esse tema são poucos desenvolvidos ou quase ausentes. Tudo que você já ouviu falar e tem disponível para acesso sobre esse tema são meras divagações do que nós já conhecemos dos sérios estudos de Vera Martins (2005), uma autora da área de Psicologia que trata de descrever estilos de personalidade passivo, agressivo e assertivo apresentando como isso se desdobra na comunicação. Pessoas talentosas assumiram esses termos cunhados a partir de levantamento científico apropriado para incrementar conceitos sobre comunicação desenvolvendo nada mais que divagações sem estudar minimamente o assunto.
Não é possível que se continue fazendo verdades baseando-se em ideias de conteúdos adquiridos tão somente em experiência pessoal.  Seria demagogia de minha parte não atribuir a devida importância o que vem a ser experiência pessoal, no entanto,  seria minha negligência como profissional da área da Fonoaudiologia com estudos em nível de doutoramento sobre estilos de comunicação não publicar qualquer linha ou não me posicionar  firmemente de forma a esclarecer e adequar alguns  desvios conceituais e principalmente técnicos sobre estilos de comunicação.
Conto também com ajuda de amigos que compartilham da ideia boa informação para poder difundir o que é correto  sobre a comunicação humana, em especial nesse item que trata dos estilos de comunicação. Mais além, em outros posts, farei a devida reprodução de parte do meu trabalho de pesquisa sobre o tema e espero contribuir com a difusão de informações mais adequadas. Tendo dúvidas sobre o assunto, postem aqui. Abraços!